Bruna Patrícia Maria Teresa Romilda Lombardi(01/08/1952)-Leão-São Paulo,SP-Brasil
Não é erro não: o nome dela é isso tudo mesmo! Nome de princesa. Filha do cineasta Ugo Lombardi, ela começou a trabalhar como modelo "por acaso"(bonita do jeito que ela era e é, meio difícil ser por acaso). Lembro dela em vários comerciais de revistas e TV. Achava que ela era mais do que deslumbrante. E a TV resolveu colocar a beleza de Bruna em sua tela. Ela começou em "Sem Lenço, Sem Documento". Não foi muito bem recebida. Acharam que ela era só embalagem. Acabou indo parar na extinta TV Tupi, e uma novela iria mexer definitivamente com sua vida: "Aritana". Ela ficou mais respeitada como atriz e acabou conhecendo o homem quer viria a se tornar seu companheiro de toda vida: Carlos Alberto Ricelli. Publicou um livro de poesias, chamado "O Perigo do Dragão". Publicou, também, "Gaia", "No ritmo dessa festa". Voltando para a Globo, enfrentou o grande desafio de viver o personagem Diadorim, da obra "Grande Sertão: Veredas", do grande Guimarães Rosa. Lembro que foi uma tremenda polêmica na época, porque ela era feminina demais e muito bonita para viver um personagem que, aparentemente, era homem. Ela topou o desafio. E venceu. Escreveu "Diário do Grande Sertão" narrando a epopéia que foi sua participação e a produção da série. Vieram outras novelas. Ela acabou indo para os Estados Unidos com Ricelli, onde viveram por um tempo, estudando e acabaram produzindo e atuando em filmes. Lembro de uma época que estava pensando em artistas que não via há muito tempo(e nem sabia notícias). Uma delas era a Bruna Lombardi. Estava trabalhando e eis que surge uma senhora, e eu a chamei logo em seguida. Ela era muito simpática. O nome dela era Yvone. Notei algo meio familiar no sobrenome, e aí, como toda mãe orgulhosa ela virou para mim e disse: "...sabe quem é minha filha? Bruna Lombardi". Eu fiquei encantada com ela, elogiei a filha, e ela se foi, toda satisfeita. Não sei se ela ainda está viva(espero que sim). Há algum tempo, vi Bruna novamente na TV, divulgando um filme em que ela participava como roteirista e atriz, Ricelli dirigiu e o filho do casal, Kim, também atuou. O filme é "O Signo da Cidade", onde ela interpreta Teca, uma astróloga que apresenta um programa de rádio. Assisti outro dia e realmente me emocionei. São vidas que se cruzam de um modo dramático. Quando ela conhece o personagem por quem ela viria a se apaixonar, e que por acaso era seu vizinho(interpretado por Malvino Salvador), os dois se cumprimentam rapidamente. Num novo encontro, ele pergunta o que ela faz. Ela responde: "...eu leio as estrelas...". Bonito.
Fica aqui uma poesia do livro "No Ritmo dessa Festa", que virou letra de música e foi gravada por Fafá de Belém e Amelinha.
Que me venha esse homem
Que me venha esse homem
depois de alguma chuva
que me prenda de tarde
em sua teia de veludo
que me fira com os olhos
e me penetre em tudo.
Que me venha esse homem
de músculos exatos
com um desejo agreste
com um cheiro de mato
que me prenda de noite
em sua rede de braços
que me perca em seus fios
de algas e sargaços.
Que me venha com força
com gosto de desbravar
que me faça de mata
pra percorrer devagar
que me faça de rio
pra se deixar naufragar.
Que me salve esse homem
com sua febre de fogo
que me prenda no espaço
de seu passo mais louco.
(Bruna Lombardi)
