quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Charmed


Vai ser difícil fazer um resumo sobre "Charmed"(como será de outras séries, como "Friends").Foram oito anos acompanhando os episódios, que acabaram resultando numa coleção de DVDs das oito temporadas e livros falando sobre a produção. Bem, lá vamos nós!



Como tudo começou.


Uma chamada para uma nova série no canal Sony, em 1998, me chamou a atenção. Pensei que se tratasse de uma comédia, mas ao assistir ao primeiro episódio, não fiquei muito empolgada. Como estava acostumada com séries como "A Feiticeira", que tratava do tema "bruxaria" com leveza e humor, achei que o tema levado a sério não ia dar muito certo. Seguindo a linha de "Buffy"(drama/sci-fi), eis que comecei a assistir e gostei. E aí foram 8 temporadas acompanhando as aventuras da série. Toda temporada era um suspense(quem acompanha série nos canais a cabo conhece o drama): o contrato seria renovado ou não? E como demorava entre uma temporada e outra para exibição dos novos episódios! Como o último episódio de cada temporada acabava com um suspense, a gente levava meses pra saber o desenrolar da trama(ô ódio!)
Charmed foi ao ar de 1998 a 2006. Criada por Constance M.Burgue, contava a história das irmãs Halliwell: Prue(Shannen Doherty), Piper(Holly Marie Combs) e Phoebe(Alyssa Milano), que juntas iriam formar a união mais poderosa sobre a face da Terra: "The Charmed Ones"(As Encantadas).

No primeiro episódio "Something Wicca this Way Comes", elas não andavam, digamos assim, se dando muito bem. Prue e Piper voltaram a morar na casa da avó, Penny Halliwell(Jennifer Rhodes), que havia falecido. Elas, que haviam perdido a mãe quando pequenas, agora estavam tendo que lidar com um conflito entre si, já que Prue não se dava bem com Phoebe(que morava em Nova York). Piper era a mediadora, tentando unir as irmãs, mas a resistência entre elas era grande. Só que um fato iria mudar o destino das três radicalmente(e para sempre): um fenômeno astrológico raro, que aconteceria numa noite, colocou as três novamente em contato.

Phoebe volta para a casa da avó(contra a vontade de Prue) e mexendo em coisas antigas da casa, encontra uma velha tábua Ouija(aquelas usadas para comunicação com espíritos-até parece que eu conheço!), e através dela, descobre que no sótão existe algo muito especial: um livro antigo, guardado no baú, intitulado "The Book of Shadows"(o Livro das Sombras), uma espécie de livro de encantamentos. E ela lê em voz alta, justamente a conjuração que dava às irmãs Halliwell, descendentes de Melinda Warren(a grande bruxa do passado e antepassada), os poderes que as tornariam as bruxas mais poderosas, vamos dizer assim, basicamente, de todo o universo. Prue, recebe o poder de telecinesia (mover coisas). Piper, de congelar o tempo. E Phoebe, de antever acontecimentos. Só que o "pacote" incluia a função de proteger pessoas inocentes contra o submundo(literalmente) do mal. E toda sorte de demônios e seres estranhos iria aparecer para infernizar a vida das moças. Os poderes aumentaram com o tempo. Cada vez elas se tornavam mais poderosas, e cada vez enfrentavam demônios piores. A casa das Halliwell, pra melhorar, possuia uma ligação direta para o outro plano - o Plexo(no porão). Não era à toa que elas foram reunidas naquele lugar. Elas tinham que trabalhar para sobreviver, o que não era fácil. Prue era especialista em avaliação de antiguidades, Piper era "chef" e Phoebe, como boa "ovelha negra da família" estava perdida, procurando se encontrar. Todo dia era um problema, para inventar desculpas para os patrões por tanta falta no serviço. Prue descobre na fotografia uma nova vocação, Piper abre a casa noturna "P³"(as iniciais das irmãs) e Phoebe volta para faculdade para estudar Psicologia. Como vida afetiva de bruxa tem sempre uma maldição, elas vão passar por maus(e ótimos!)bocados no amor.

Acho que a série foi a concentração mais poderosa de homem bonito por metro quadrado já exibida na TV. De cima para baixo: Eric Dane, Eduardo Verástegui, Drew Fuller, Charlie Weber, Greg Vaughan, Antonio Sabato Jr., Julian McMahon e Brian Krause.


Prue perde seu grande amor, já na primeira temporada, o inspetor Andy Trudeau(Ted King), que acaba morrendo numa emboscada demoníaca.

Piper, se apaixona por um cidadão muito especial: um anjo, Leo Wyatt(Brian Krause), com quem vai passar os piores e melhores momentos que uma mulher pode desejar. Eles se casam contra todas as forças, e produzem dois seres, mistos de anjo com bruxa. O primogênito(contrariando a tradição familiar onde todas as bruxas deveriam ser mulheres), Wyatt, viria a se tornar o ser mais poderoso do mundo sobrenatural. O segundo, Chris(Drew Fuller), não menos poderoso, volta do futuro(!!!na 6ª temporada) para ajudar o irmão a não se tornar uma entidade do mal.
E Phoebe, a mais complicada, como não podia deixar de ser, também se envolveu com um ser muito poderoso. Só que, ao contrário da irmã Piper que tinha um anjo, ela foi se meter com o mais poderoso dos demônios: Belthazor(na forma "humana" mais conhecido como Cole Turner, poderoso advogado, vivido por Julian McMahon).



O objetivo de Cole(incubido pela Fonte-o poder absoluto do mal) era destuir as três irmãs. Mas ele se apaixona perdidamente por Phoebe.
E haja problema. Um imprevisto causou a mudança de rumo do seriado. Um desentendimento entre as atrizes Alyssa Milano(Phoebe) e Shannen Doherty(Prue), quase acaba com a série. Shannen decidiu abandonar o projeto. No último espisódio da 3ª temporada, sua personagem morre. E aí? "Criaram" uma nova irmã, Paige, que vai surgir na 4ª temporada, cuja existência era até então desconhecida. Fruto de um romance entre Patty Halliwell(a mãe das três encantadas, vivida pela atriz Finola Hughes) e de um anjo, Paige foi deixada num convento para adoção. E quando lê num obituário de um jornal sobre a morte de Prue, tem uma "intuição" de que deve participar do enterro. Lá acaba encontrando aquelas que são suas irmãs. E o "Poder das Três" é ativado novamente.

Paige foi interpretada por Rose McGowan(não menos polêmica: ela foi noiva do estranhíssimo Marilyn Manson), o que acabou dando um toque bem peculiar à personagem, meio bruxa, meio anjo, e bem maluquinha. Piper teve sua vida com Leo sempre marcada por separações, uma vez que ele foi elevado a função de Ancião Líder(The Elders), hierarquia máxima entre os anjos. Phoebe acabou tendo que optar pelo amor a um demônio ou a união e à sobrevivência das irmãs. Optou por destruir, literalmente, seu maior amor, o que virou uma obsessão durante muito tempo. Ela teve outros relacionamentos, mas nenhum foi tão marcante quanto Cole. Por várias vezes a série esteve por terminar. Mas quando chegou a oitava temporada, percebi que aquela seria a última. Introduziram na série a atriz Kaley Cuoco, no papel de Billie, uma aprendiz de feiticeira, disposta a tudo para recuperar sua irmã que havia sido sequestrada pela ala do mal. Ali, a coisa perdeu o pé. Na tentativa de ganhar audiência, coisas fundamentais foram alteradas, como a saída do ator Brian Krause(Leo) da série. E aí foi o início do fim. Foram centenas de episódios onde essas belas moças enfrentaram toda sorte de demônios, viajaram no tempo, morreram e ressuscitaram diversas vezes, conviveram com fadas, duendes, musas e toda sorte de seres sobrenaturais.


Viraram "Valquírias", se tornaram deusas da mitologia grega, heroínas de estória em quadrinhos, sereias, enfrentaram vampiros, salvaram o mundo diversas vezes. Coisas inimagináveis, mas na ficção vale tudo. Uma série emocionante, onde ao contrário do mundo leve das feiticeiras tratado em comédias(onde ninguém matava, nem morria), nesta o tema "morte" foi uma constante. Foi emocionante o reencontro das irmãs com a mãe já falecida, quando elas voltam no tempo. Série muito bem produzida, especialmente pela quantidade de efeitos especiais, trilha sonora que acabou resultando em 3 Cds(acabei descobrindo artistas fantásticas, como Butterfly Boucher). Figurinos que criaram moda, principalmente Phoebe e suas roupas mais que ousadas. Aliás, Alyssa Milano se deu bem na série. Ela namorou praticamente todo o elenco masculino, com exceção de Julian McMahon, que namorou justamente seu desafeto na vida real, Shannen Doherty.




Blessed be.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Da Magia à Sedução(Practical Magic)



O filme pode parecer meio "água-com-açúcar" para alguns, mas eu adorei. A história, baseada no livro homônimo de Alice Hoffman, conta a história das irmãs Sally(Sandra Bullock) e Gillian Owens(Nicole Kidman), que possuem dons especiais. Elas são descendentes de Maria Owens, primeira bruxa da família, que foi condenada à forca há cerca de 200 anos atrás, por prática de magia. Miraculosamente, ela escapa da execução, mas é condenada a viver exilada em uma ilha, carregando um filho em seu ventre. Ela espera em vão que seu amado venha resgatá-la, mas ele nunca aparece. Por sofrer de tanto amor, ela lança um encantamento, para que nunca mais venha a se apaixonar. Só que esse encantamento se torna uma maldição e todas os homens que vierem a se apaixonar por alguma mulher da família Owens, terão uma morte trágica. É o que acontece com a mãe de Sally e Gillian, que se casa, apaixonadamente, mas o marido acaba morrendo. E ela morre de amor em seguida, deixando suas filhas aos cuidados de duas tias solteironas e bruxas, Jet(Dianne Wiest) e Frances(Stockard Channing).


As meninas crescem em meio a encantos, e desenvolvem seus dons, principalmente Sally. Um dia, ao presenciar o sofrimento de uma mulher desesperada por causa de um amor, pedindo ajuda às suas tias, Sally promete que nunca vai se apaixonar.
Ainda menina, ela lança um encantamento chamado "Amas Veritas" em que deseja que o homem de sua vida "ouça seu chamado de longe. Ele vai assobiar sua música favorita, vai saber montar um pônei de costas, será capaz de virar panquecas no ar. Sua forma favorita será de uma estrela. Ele terá que ser maravilhosamente bom. E ter um olho azul. E outro verde". Gillian presenciando o encantamento da irmã, diz que ela nunca vai encontrar alguém com essas características. Ela responde: "essa é a idéia. Como ele não existe, eu nunca vou morrer de amor". O tempo passa, elas crescem. Gillian é mais desinibida, mais sensual, e quer viver sua vida intensamente. Sai de casa em busca de aventuras. Ela faz um pacto de sangue com a irmã.


A ligação entre as duas é tão forte que uma sente quando a outra está sofrendo ou em perigo. Sally, mais reservada, continua com as tias, que vendo a solidão da sobrinha, acabam lançando um feitiço para ela encontrar alguém. Ela conhece um rapaz, eles se casam e têm duas lindas meninas. Só que elas não contavam que Sally iria se apaixonar verdadeiramente. E o rapaz morre, deixando Sally em desespero e com uma tristeza profunda. Gillian volta para animar a irmã. Mas logo em seguida, é Gillian que acaba se envolvendo com o homem errado, Jimmy Angelov(Goran Visnjic), que é violento e constantemente agride Gillian fisicamente. Sally sente o perigo que a irmã está correndo e vai ao encontro dela para buscá-la, mas Jimmy as alcança e ameaça Gillian de morte. Acidentalmente, elas acabam matando Angelov. Fazem um feitiço para trazê-lo à vida novamente, mas tudo dá errado. As tias prevendo que elas fizeram uma grande besteira, saem de casa com a orientação de que elas "limpem a própria sujeira". Elas enterram o corpo de Jimmy no jardim, mas uma série de fatos sobrenaturais começa a acontecer.


E aí aparece o detetive Gary Hallett(Aidan Quinn) para investigar o desaparecimento de Angelov. Detalhe: ele tem um olho azul. E outro verde. E usa uma estrela no distintivo. O resto, só assistindo.Um filme cheio de magia. Simplesmente encantador.

domingo, 20 de setembro de 2009

Jeannie é um Gênio(I Dream of Jeannie)



Que raios um gênio está fazendo no meio de bruxas? E lá vamos nós voltar no tempo. No islamismo, um "djin" é a definição de um anjo caído, ou seja, um demônio. Eles podem tomar várias formas, humanas ou não. Nas traduções das "Mil-e-Uma-Noites", parece que houve uma confusão na definição do chamado gênio de Aladdin, uma versão bem diferente do que na realidade significa a palavra "djin". Isso foi se atenuando de uma tal forma, que criaram os gênios(criaturas aprisionadas que servem como escravos de quem os libertar).Até que chegaram na versão "platinum-blonde" Jeannie é um Gênio,série criada pelo escritor de best-sellers Sidney Sheldon, vivida na TV pela bela atriz Barbara Eden. E aí a gente pode concluir que o ser humano é pra lá de criativo. Ela faz mágicas do mesmo jeito que as bruxas, só que não tem vontade própria. Mas ela sempre dá um jeitinho e faz parecer que foi o pobre do Major Nelson que fez pedido(ela usa a expressão "não sei como ele se mete nessas encrencas"). Uma das séries "sobrenaturais" mais hilárias da história da TV, fica difícil não cair na gargalhada só de imaginar o pessoal da NASA envolvido com um gênio. Um astronauta respeitado, Major Anthony Nelson(Larry Hagman), ao voltar de uma missão espacial, cai numa praia deserta e encontra uma garrafa estranha. Ao abrir, eis que no meio de toda aquela fumaça aparece uma bela loira, com roupa de odalisca e diz que vai realizar todos os seus desejos(?????). E a NASA, vira palco de uma série de palhaçadas nunca vistas. Ao contrário do que se possa imaginar, a vida dele não vira um paraíso: é só encrenca, porque Jeannie é, como dizer, um pouco atrapalhada. Ela também tem uma família encrenqueira, a mãe e a irmã morena e invejosa(que ela mesma representa), primos desastrados e o Grande Hadji, o todo-poderoso no ramo dos gênios. Convocado apenas em casos de extrema urgência, quando ele surge, a terra treme, literalmente. Pra piorar, tem até o cachorro "djin-djin" (que resolve vir de Bagdá de vez quando para visitar a dona e fica invisível quando dá na telha e tem o hábito de rasgar uniformes de oficiais).

Ao lado do Major Nelson, está o seu amigo de todas as horas e não menos atrapalhado, Major Roger Healey(Bill Daily), mulherengo inverterado e o único, além do Major Nelson que sabe dos poderes de Jeannie. Junto aos dois, está o oficial que é psiquiatra, Dr. Bellows(Hayden Rorke), que tenta analisar os problemas do Major Nelson, e acaba sendo afastado várias vezes, e até transferido, porque seu superior, general Peterson, não acredita nas histórias do Dr. Bellows, que jura que viu o Major Nelson fazer chover dentro de uma sala, fazer todos os dias serem domingo, criar um uniforme indestrutível e uma série de maluquices. Pobre Dr. Bellows!
A série foi produzida de 1965 a 1970. Reza a lenda que o ator Larry Hagman não gostava da série, porque dava um trabalho imenso para ser realizada. Eram muitos truques, e não era fácil de ser gravada. Eu fico imensamente agradecida ao "esforço" que ele fez para atuar na série. Eu dei muita risada graças a ele. Curiosidade: a censura proibiu a roupa de Barbara Eden no início da série. Umbigo aparecendo era obsceno. Ela ficou toda enrolada num monte de panos. Depois, acabaram liberando. A minha geração era ingênua mesmo. Dá pra imaginar que um homem solteiro, bonito, mora com uma baita loira e não rola nada? Só na ficção mesmo! Bons tempos da inocência!

Sabrina, aprendiz de feiticeira(Sabrina the teenage witch)


Imagine o que é dormir com 15 anos e acordar no dia do seu aniversário de 16 anos com uma grande novidade: "parabéns, você agora é uma bruxa". Baseada no quadrinho homônimo da Archie Comics, a série "Sabrina" foi produzida de 1996 a 2003, tendo Melissa Joan Hart no papel principal, como uma feiticeira aprendiz, cujo pai, um poderoso feiticeiro a deixa aos cuidados de suas irmãs Hilda(Caroline Rhea) e Zelda(Beth Broderick), encarregadas da educação da nova bruxinha. Mas tudo tem um preço: Sabrina, ao receber seus poderes, não poderia mais ter contato com a mãe, uma mortal. Caso isso acontecesse, a mãe de Sabrina(que era arqueóloga), morreria.

E ela passa a viver com as tias numa casa completamente maluca, com um gato que fala, Salem Saberhagen(na realidade, ele era um bruxo, que abusou dos poderes e foi sentenciado a viver como gato). Mesmo sendo uma série feita para adolescentes, eu adorava assistir e dava muita risada, porque os episódios eram muito bem bolados. O sr. Kraft(Martin Mull), que era diretor da escola onde Sabrina estudava, era a vítima mais frequente das confusões da aprendiz. Ela tinha um mestre, e para tirar sua "licença" como bruxa, tinha que cumprir uma série de tarefas. Sempre tem a colega invejosa e pentelha, Libby, e o namorado Harvey, que acaba transformado acidentamente em sapo depois de um beijo. Para ele voltar ao normal, ela tem que provar que seu amor é verdadeiro, numa verdadeira maratona. A série teve várias participações especiais, como Britney Spears e Backstreet Boys. Pois é: até as bruxas tiveram adolescência!(só na TV).

sábado, 19 de setembro de 2009

A Feiticeira(Bewitched)


Versão para a TV de uma nova concepção do termo "ser bruxa". Aqui temos uma bruxa(ou feiticeira), bela, com bom coração que se apaixona por um simples mortal. E tenta adaptar sua "condição" à boa realidade de um dia-a-dia considerado como normal, algo que quase nunca dá certo.
A série foi realizada entre 1964/1972, com muito humor, tendo no papel principal, Elizabeth Montgomery, a linda bruxinha que conquista o coração do mortal publicitário Darrin Stephens(aqui traduzido como James Stephens), papel representado pelos atores Dick York(temporadas 1 a 5) que foi substituído por outro Dick(Sargent-temporadas 6 a 8), devido a problemas de saúde. Samantha se casa com James, os dois têm uma filha, Tabitha, que para desespero do pai, herda os poderes da mãe. O outro bebê, que nasceria depois, Adam, era "normal".

Mesmo tentando ser uma dona-de-casa americana tradicional que lava, cozinha e faz faxina(algo bem machista por sinal), nada funciona, porque sua família composta por bruxos e bruxas, cria as mais engraçadas situações.

A sogra, Endora(Agnes Moorehead), adora infernizar o genro, colocando o coitado nas situações mais constrangedoras, por vezes o transformando em burro, dando orelhas gigantes, enviando para o pólo norte, e assim por diante. Endora não se conformava em ver a filha, uma poderosa feiticeira com chances de ser líder de todas as outras, reduzida a uma vida comum. A família de Samantha é um capítulo à parte: Serena, a prima-gêmea(representada pela própria Montgomery), tio Arthur(Paul Lynde), o eterno palhaço, tia Clara, a boa velhinha trapalhona, a vizinha fofoqueira, sra. Kavitz, que vivia bisbilhotando a vida de Samantha e acabava testemunhando as mais incríveis bruxarias(e ninguém acreditava, principalmente seu marido, que a considerava maluca). E sem esquecer o impagável, dr. Bombey, o médico de bruxas(sim, as bruxas adoecem), que atendia seus chamados com os tratamentos mais bizarros possíveis. O patrão de James, Larry Tate(David White), publicitário ambicioso, sempre se aproveitava das idéias do ingênuo funcionário(fato que quase não acontece na chamada vida real). Foi uma série deliciosa, que lembro com saudade, principalmente dos atores(praticamente todo o elenco faleceu). Bons tempos!
Samantha e Tio Arthur

Witchcraft



O termo "bruxaria" sempre foi utilizado de forma pejorativa, dando o significado de "feito maléfico executado ou desejado a uma pessoa ou ser vivo". Bruxa é o nome dado, tradicionalmente, a pessoa(normalmente do sexo feminino) tida como possuidora de poderes mágicos, capaz de fazer coisas maléficas. Na maior parte das vezes, sua figura é descrita como uma mulher velha, magra, corcunda, com uma verruga no nariz, capaz de coisas indizíveis. Nas estórias infantis, normalmente tomavam o lugar das madrastas, com em "Branca-de-Neve", onde representavam o mal em toda sua plenitude. Normalmente, a menina perdia a mãe cedo e, a vilã, de forma sedutora e astuciosa assumia o lugar materno, visando dominar os bens do futuro marido(sempre tonto, por sinal)e, matando a virtuosa e bela princesa, assumiria seu poder absoluto e alcançaria seu obejtivo principal: imortalidade e beleza eterna. Elas mudavam de forma e, de seres abomináveis, tornavam-se belas mulheres, visando fisgar suas vítimas com maior facilidade. Lenda ou não, a verdade é que existiram mulheres na Idade Média, que acabaram perseguidas, torturadas e executadas por serem associadas a poderes sobrenaturais. Um fato clássico, foi a perseguição na cidade de Salem, Estados Unidos, onde várias mulheres foram julgadas e queimadas na fogueira, acusadas de bruxaria(isso no século XVII). O fato é que se criou um mito em torno do que pode ser definido como maléfico. A bruxaria, pelo pouco conhecimento que tenho do assunto, estava associada ao paganismo e aos elementos da natureza em geral. A associação feita ao satanismo, não procederia, porque o mito do demônio-mor Lúcifer(e sua legião), está ligado ao cristianismo e à Bíblia, e não aos mitos pagãos. Misturaram duas linhas opostas e denominaram mal tudo o que é sobrenatural e que o ser humano não consegue explicar ou definir. Não pertenço a nenhum culto ligado a qualquer das duas áreas, mas tenho interesse na leitura assuntos sobre Wicca(que também não tem ligação com bruxaria). Tenho respeito profundo sobre tudo. E sobre todos. Só condeno a maldade. Em qualquer área.

Mas, o que está em questão aqui, depois desta longa introdução, é a forma que a bruxaria foi tratada do cinema e na TV. Muitos filmes foram feitos sobre o tema, alguns de terror, outros em forma de comédia, drama, como "As Feiticeiras de Salem", "As Bruxas de Eastwick", "Macbeth", "O Bebê de Rosemary", "Jovens Bruxas", "A Bruxa de Blair" e por aí vai...
O que vou deixar registrado aqui, é como um assunto pode ser tratado de formas tão diversas. Fico com a versão amena das séries de TV e de alguns filmes, ingênuos para muitos, mas que eu considero particularmente encantadores...

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Coração de Estudante



Outro dia, fuçando na parte de cima do guarda-roupa, num lugar que só uso para guardar coisas antigas, encontrei um trabalho que fiz, no tempo que estudava na ESPM. A idéia era livre. A gente tinha que procurar um produto e criar um projeto de uma campanha. Eu escolhi um produto: um perfume de "O Boticário"(não lembro o nome). Nunca tive uma noção de desenho. A maioria dos meus colegas fazia cursos na consagrada Escola Panamericana de Arte, aqui em São Paulo. Eu não tinha condições financeiras nem de estar na ESPM, muito menos de fazer cursos complementares. Mas, mesmo sem muita noção, sempre gostei de desenhar. Não tenho técnica, nada. Não tinha nem material adequado. Só uma simples caixa de lápis de cor. Como eu sempre tive colegas que desenhavam divinamente, tinha vergonha de mostrar meus trabalhos. Até que achei esse desenho e pensei: até que eu não sou tão péssima assim! Eu lamento muito pela educação neste país. Eu estudei em boas escolas com muito sacrifício da minha mãe. Fico com pena dela, que se esforçou tanto para que eu conseguisse ter um futuro melhor. E fico olhando a minha situação e de outros milhões de alunos que sonham em um dia construir uma carreira, mas com o que a educação que se oferece, a grande maioria vai se perder pelo caminho. Eu tive problemas financeiros que não permitiram que eu concluísse a faculdade. Estava indo para o 4º e último ano. E não deu para continuar. Algumas pessoas tentaram ajudar, mas eu tinha receio de não conseguir pagar o empréstimo. Era época do Plano Bresser(governo Sarney). Os preços estavam congelados. De repente, liberaram tudo e a mensalidade da faculdade subiu absurdamente. Eu trabalhava na Nossa Caixa. As pessoas ficaram com pena, porque sabiam que eu gostava do que estudava e, o mais triste: eu tinha talento. Foi uma decisão difícil: foram noites sem dormir e muita choradeira. Saí sem trancar a matrícula(não dava para pagar) e não pude retornar. Até hoje sonho com isso. Foi uma grande frustração. E aí eu penso nos milhões de crianças e adolescentes que não têm oportunidade para nada. Tenho estagiários onde trabalho que têm um talento incrível para muitas coisas, inclusive para artes. Sempre aconselho a eles a procurar alternativas e não desistir de seus sonhos. Os cursos são caros, a vida não é fácil. Para o pessoal que mora na periferia, acordar às 04:00h da manhã, trabalhar e estudar é uma tarefa quase impossível. Eu queria muito ver toda essa moçada talentosa encaminhada na vida. Quando um deles se forma, consegue vencer uma etapa importante da vida, eu me sinto realizada através deles. Me emociono mesmo. Educação é fundamental. De nível, de qualidade. Direito básico de todo cidadão. Pena que a sociedade e os governantes não dêem a verdadeira importância que essa área merece...