segunda-feira, 10 de novembro de 2014

O Tarô dos Mortos Vivos(Zombie Tarot)

Pode parecer piada, mas eu costumava ler tarô. Desde pequena, sempre tive interesse por assuntos esotéricos. Lia baralho comum mesmo, no chutômetro. Era engraçado, porque eu inventava muita tranqueira que não fazia o menor sentido(se é que hoje faz). E o tempo foi passando, e descobri o tarô de Marselha, com os arcanos maiores(22 cartas). E tem a versão completa, com 78 cartas(56 são os arcanos menores, correspondentes aos 4 naipes do baralho comum: paus, espadas, copas e ouros). Se dá pra adivinhar o futuro com isso? Não garanto. Vai do dia, do estado de espírito de quem lê, e de quem é o consulente(você). Varia muito. Mas, é interessante ver o significado das cartas. Onde o tarô nasceu e quando, não faço a mínima ideia, mas deve ter surgido com os ciganos. Se sobre eles já é complicado pesquisar, imaginem sobre a origem do baralho para ler a sorte.
Existem vários modos de colocar as cartas. Se você quiser uma leitura rápida, vá pelo sistema de 3 cartas(passado próximo, presente e futuro). Não considero o sistema de cartas invertidas, porque já uma confusão com elas do lado certo.
Não estou querendo ensinar, porque até eu tenho dúvidas. Mas, o que me fascina são os tipos de tarô. Eu tenho o básico(que toda boa "taroteira" deve ter - o de Marselha). As cartas dos arcanos maiores seguem na sequência(vamos ver se minha memória está boa, porque não vou pesquisar): O Louco(sem número), O Mago(I), A Sacerdotisa(II), A Imperatriz(III), O Imperador (IV), O Papa(V), Os Namorados(VI), O Carro(VII), A Justiça(VIII), O Eremita(IV), A Roda da Fortuna(X), A Força (XI), O Enforcado(XII), A Morte(XIII), a Temperança(XIV), O Diabo(XV), A Torre(XVI), A Estrela(XVII), A Lua(XVIII), O Sol(XIX), O Julgamento(XX) e o Mundo(XXI). Acho que a memória até que está funcionando(mas tenho dúvidas sobre A Lua - porque não gosto dessa carta). Bom, como em astrologia, tudo depende do contexto.

Aqui, um exemplo de cartas do tarô de Marselha.


Aqui, o meu precioso tarô, impresso na Bélgica, e que custou uma fortuna há mais de 25 anos. Os desenhos são lindos. Pelos desenhos, nem é necessário explicação.


Mas, o que estou querendo mostrar é o tarô mais hilário que já encontrei até hoje: "Zombie Tarot". Uma espécie de "The Walking Dead" esotérico. Existe uma loja na internet chamada "O Segredo do Vitório"(www.osegredodovitorio.com.br), que vende umas coisas muito interessantes. Nunca imaginei que ia achar algo do gênero justo lá. E dei muita risada ao receber o meu. Vem em uma caixa aveludada, com um minúsculo manual de instruções(bizarro). É pra levar na brincadeira mesmo, mas é igual aos outros tarôs. Só que esse é mais macabro, mas de uma forma peculiar.



E aqui, o Tarô dos Morto-Vivos(by Stacey Graham & Headcase Design). Minha foto saiu ao contrário.


Todo mundo podre. Mas, com esperança no futuro.

domingo, 23 de março de 2014

Romeu e Julieta(de novo, outra vez, novamente e sempre)

Grande parcela deste blog é dedicada a eles. Há 40 anos atrás, assisti a essa filme pela primeira vez. Eu tinha 11 anos(quem já leu postagens antigas, deve ter uma idéia da história, mas vou recordar). O filme era proibido para menores de 14 anos. E, de repente, eu pulei da Disney para a adolescência. E foi um impacto brutal. Tanto que dura até hoje. Descobri um monte de gente muito pior do que eu(graças a Deus) e vi que não sou só eu que sofro dessa patologia zeffireliana. Foi o impacto da paixão, da história, do filme, da música, de dois protagonistas lindos, com uma química perfeita. E fiquei completamente encantada. Passei anos, desde 1974, colecionando recortes de revistas(muito pouca coisa era publicada aqui no Brasil - pelo menos, eu não tinha acesso). Que me perdoem pessoas que ficaram sem páginas de revistas. Eu me declaro culpada. Não lembro o nome, mas na década de 70, era comum ter pôsteres de filmes nas paredes. Eram dois concorrentes. E nunca consegui comprar, porque eu era menina e a mesada não dava, ou não tinha o pôster no catálogo. Ano passado foi bem complicado, fiquei afastada de muita coisa. Mas, resolvi retomar pequenas coisas que me dão prazer. Uma espécie de "Amèlie Poulain" e sua paixão por coisas estranhas e incomuns.

A foto de Olivia Hussey, na capa da revista "Manchete" de 1969, foi uma das que mais deu trabalho para recompor, porque a foto é enorme.

Esta. foi menos problemática, porque é bem menor. Muita gente tem.


Esta, da cena do casamento, eu tinha como um mini-pôster e estava guardada há muito tempo. O tempo desbota qualquer coisa. Recuperar as cores não foi fácil.

Uma sequência de fotos de Olivia Hussey.

Uma menor, durante as gravações.

Pra finalizar, uma singela homenagem que fiz em vídeo. Toda vez que tentei, deu problema, mas desenterrei uma música em vinil, que é linda, e fez sucesso na trilha sonora internacional da novela "Primeiro Amor". A música é "See Me", e converti do vinil para o PC. É uma chiadeira, tem interferência, mas, mesmo com os recursos do programa, não consegui apagar. Bom, fica aqui a lembrança.

sábado, 22 de março de 2014

Sorte tem quem acredita nela?


Quem nunca se pegou pensando em como vai ser o futuro? Dependendo da fase da vida, isso pode virar uma dúvida constante. Quando eu era adolescente, e a coisa aparentemente mais importante da vida era encontrar o grande amor da vida(a tal alma gêmea) e "constituir" uma família, a gente parecia que ia entrar em parafuso. Eu me via com 15, 16 anos, querendo saber quem ia ser o tal "príncipe encantado" que viria me salvar de todo o mal, me proteger, e a gente iria morar numa cabana no alto de uma montanha, viver um grande amor e sermos felizes para sempre. E, você vai ficando mais velha. Continua pensando nisso, mas na minha época, a gente pensava em uma carreira também. Mas, o amor continuava mais forte, o grande ideal. E era o festival de cartomantes, quiromantes. Lembro de dona Alice, uma cartomante que atendia em um porão de uma casa, na rua Conselheiro Furtado, em São Paulo(já não existe mais: foi demolido), e a gente matava aula, faltava em consulta médica, podia estar toda podre, mas dia de consulta com dona Alice era sagrado. A gente chegava cerca de 07:00h pra ser atendida às 17:00h(nem SUS, nada era igual. E ninguém reclamava). Era interessante: ela descrevia fisicamente as pessoas que estavam envolvidas na nossa vida, falava a profissão(e acertava),como família, amigos, e os eternos amores de uma forma muito clara. Só que em termos de previsão, nada funcionava. Ela sabia o que fazia: como boa cartomante que era, ela dizia exatamente o que a gente queria escutar. Você iria gostar de entrar em um lugar, pagar para ouvir o óbvio? Claro que não. E é disso que esse pessoal vive: dos sonhos e esperanças das pessoas. Não acredito em má-fé. A gente acredita no que quer acreditar, mesmo que a verdade esteja escancarada. Algumas pessoas, por insistência, conseguem o que querem. Outras, não. Aí, é sua opção. Existe destino? Talvez sim. Mas live arbítrio também faz parte do jogo. A vida não obriga você a muitas coisas(em alguns casos, não há saída mesmo, como doenças, ou morte). A vida dos outros ao nosso redor também é importante. Você não joga tudo pra cima e deixa pra trás uma pessoa doente que depende de você, pra viver sua vida. Pra mim, seria impensável. Vai passar a vida inteira se achando injustiçado pelo destino, mas você, com certeza, não seria feliz se soubesse que teve que sacrificar a vida de alguém para poder buscar sua própria felicidade. Ela jamais seria completa. Eu leio tarô, faço mapa astral, e lá no fundo, vejo que em todas as fases que passei em minha vida não batem com nada que saiu. Não há como prever o futuro. Se fosse assim tão simples, como explicar os casos de pessoas que partem muito cedo e muitas não chegam nem à adolescência? Como dá pra falar que existe uma pessoa certa pra todo mundo? Aliás, o melhor é realmente não saber de nada. A prova está aí em cima: no tempo que tinha realejo, e o periquito puxava o papel, e o senhor que tocava ainda falava "carimba pra moça(sic)"(com uma bicada), saíram essas pérolas que postei. Não sei se dá pra ler as previsões(que deviam ser bem antigas mesmo, pela forma que eram escritas). Mexendo em coisas velhas outro dia, caíram de um caderno. E eu dei risada. Que eu sou uma boa pessoa, isso eu sei(alguém vai falar que você é ruim? Você é sempre bom. Ruim é sempre o outro). Os outros sempre têm inveja. A gente nunca(até parece). E nada do que foi previsto deu certo. Não fui "dedicada mãe de dois anjinhos" e nem encontrei o moço de bom caráter. Se ele existiu, a essa altura do campeonato não interessa mais. Porque tudo tem um tempo certo pra acontecer. E o mundo não gira ao redor de ninguém. Cada um constrói sua própria história, que não é melhor nem pior que a dos outros. Apenas diferente.

sexta-feira, 7 de março de 2014

Não tenho tudo que amo, mas amo tudo que tenho.

Pois é. A gente quer comprar coisas novas para decorar a casa, mas nem sempre dá. A saída: reformar e consertar o que se tem(ainda mais quando a gente tem uma grande estima). Minha mãe tinha uma luminária de pé, da década de 50 que, segundo ela, foi comprada em uma antiga loja de departamentos chamada "Slooper", que havia em São Paulo. Praticamente não sobrou nada do que a gente tinha, com tantas mudanças, mas sobrou a luminária, que estava detonada. Eu havia tentado consertar uma vez, mas é o tipo de fiação que é toda separada(cada saída é diferente). Eu não encontrava o tipo de interruptor por mais que procurasse(queria algo que fosse parecido com o original). Pesquisei em lojas de lustres e luminárias antigas e nada. Fiquei olhando e pensei: "vou reformar esse negócio". Pensei em mudar a cor, mas eu queria restaurar o modelo original. Fui na Leroy Merlin e comprei várias cores do Colorgin Spray(juro que não é merchandising). O problema era a quantidade de cores e o trabalho que ia dar. Todas eram antiferrugem, e o que mais utilizei foi vermelho(base e cúpulas), seguido de branco(partes internas), verde e creme. O zelador do meu prédio disse que faria a parte elétrica(duvidei muito), mas resolvi arriscar. A lixa utilizada para retirar um pouco da tinta velha e nivelar foi lixa para metais(não lembro o número, mas era fina. Acho que era nº 150). Agora, tinta spray faz uma sujeira(descobri depois que comecei a manusear). LUVAS SEMPRE. Vi vídeos no YouTube, e tudo parecia muito fácil. Mas, não foi. Primeiro, você pinta as partes internas de branco(e coloca fita crepe para proteger o lado de fora, por onde há aberturas para passagem dos fios. Resumidamente, onde tem buraco, proteja, porque vai ficar uma caca). Umas três demãos pelo menos. Secou? Proteja a parte interna com a mesma fita crepe. E cuidado com os jatos. Quando menos e mais distante, melhor, porque escorre e fica uma porcaria(eu tive que lixar de novo). Aos poucos, você vai vendo o resultado, mas o vermelho é uma cor difícil, porque é um pigmento forte e como a tinta é spray, muita coisa pode ficar pintada na sua casa sem você perceber. Se você tiver espaços amplos e desocupados em casa(coisa difícil hoje em dia), é melhor. Em espaços abertos(pra muita gente o cheiro pode ser forte), não aconselho, porque se ventar, enquanto a tinta não estiver seca, cola tudo(poeira, folhas, insetos, etc.). No segundo dia já estava com vontade de desistir, mas fui até o fim. O pior foi a limpeza da área e cozinha depois. E o zelador conseguiu fazer a parte elétrica melhor do que eu esperava. Ele achou interruptores parecidos e fiquei com uma luminária "vintage". Esqueci de tirar a foto do "antes", mas tem durante o lixamento.
Aliás, forrar o piso é mais do que aconselhável.














O resultado final:


Ficou bonitinho, né?


quinta-feira, 6 de março de 2014

Mary Poppins e outros disquinhos de estórias.

Quem viveu entre as décadas de 60/70 vai se lembrar das estórias infantis narradas em discos de vinil(não só vinil: tinha aqueles clássicos de 45 rpm que quebravam). Tenho até hoje: "Pinóquio"(mas está tão riscado que não há como recuperar), "Pedro e o Lobo", "Branca de Neve e os 7 anões" entre outros. Quando surgiu o vinil, lançaram várias coleções, entre elas, a coleção "Fábulas de Esopo", com discos coloridos, e contos encantadores como "A Cigarra e a Formiga", "O Patinho Feio", "João e Maria", "A Estória da Dona Baratinha". A criançada na época(como eu) adorava a narração, que era empolgante, com muitos dubladores fantásticos, que eram atores em geral. Eu ainda tenho algumas coisas, da coleção Disquinho, mas eles foram lançados em CD há algum tempo. Os que ficaram perdidos foram os da Editora Bloch, lançados numa edição especial da revista "Pais e Filhos", com clássicos como "Cinderela", "A Bela Adormecida", "O Gato de Botas", onde cantores famosos cantavam as trilhas, como em "Cinderela"(Jair Rodrigues era um dos cantores). Com tantas mudanças, acabei me desfazendo de muita coisas, porque os discos estavam riscados, danificados, e eles possuíam encartes com desenhos, e eram grandes. O que restou, foi o conto mais bonito que ouvi(e que me emocionou muito): "O Gigante Egoísta", um dos contos do livro de Oscar Wilde "The Happy Prince and the Other Tales"(O Príncipe Feliz e Outros Contos). Deu um trabalho imenso passar do vinil para o PC(com um toca-discos próprio que tem saída USB, da Íon). Estou enrolando há um tempão, porque requer tempo e paciência. O disco apresenta riscos(ele é de 1969), e por mais que eu limpasse e tentasse diminuir ruídos e riscos, o resultado coloquei no YouTube, com uma sequência de desenhos do próprio livro e algumas imagens que pesquisei no Google. Um conto emocionante, com desfecho surpreendente. Um gigante que morava em um castelo, que tinha jardins magníficos, e onde crianças da redondeza gostavam de brincar. Mas, ele não queria que elas frequentassem mais o seu jardim, e acabou construindo um muro bem alto, para que elas não pudessem ultrapassar. Mas, mesmo com as estações mudando, nos jardins do gigante o inverno sempre continuava. Até que as crianças conseguiram pular o muro e trouxeram a primavera de volta. E havia um garotinho misterioso, que ninguém conhecia. Vale à pena ouvir, tem chiado e riscos(não consegui tirar), e o final é muito bonito. Acho que é a primeira estória que aborda a morte(não há o típico "e viveram felizes para sempre"). Lembro que chorava muito. Porque aquela criança era muito, muito especial.

Pouco tempo depois, foi a vez da editora Abril lançar a coleção de "Estorinhas Disney". Tinha a coleção completa, e lamento muito ter perdido com o tempo. Consegui "Robin Hood", herói lendário que roubava dos ricos para dar aos pobres, e era simpatizante do rei Ricardo Coração de Leão. Gostava das músicas do disquinho(eu achava uma estória mais para garotos).

Por fim, uma de minhas estórias favoritas: "Mary Poppins", a babá fantástica e mágica que transformou a vida de duas crianças. Quem escreveu a "original" Mary Poppins, foi a autora australiana P.L.Travers. Embora no livro "Mary Poppins" fosse igualmente mágica, ela era muito mais fria e reservada, e a Disney tentou comprar os direitos por muito tempo, até que com a autora cedeu, mas não gostou muito da versão que insinuava uma espécie de "namoro" entre os personagens de Mary Poppins e Bert. Mas, ter alguém trazida pelo vento num guarda-chuva, fazer desenhos na calçada e pular dentro deles e viver aventuras, é uma coisa fantástica de imaginar. No cinema, temos a clássica versão com Julie Andrews. Mas, em disquinho de vinil, restou um tesouro para a imaginação das crianças que viveram naquela época.

Espero que traga boas recordações a muita gente que viveu numa época que não existia tablet, internet, etc. Uma vitrolinha e um disquinho já faziam a alegria.