quinta-feira, 6 de março de 2014

Mary Poppins e outros disquinhos de estórias.

Quem viveu entre as décadas de 60/70 vai se lembrar das estórias infantis narradas em discos de vinil(não só vinil: tinha aqueles clássicos de 45 rpm que quebravam). Tenho até hoje: "Pinóquio"(mas está tão riscado que não há como recuperar), "Pedro e o Lobo", "Branca de Neve e os 7 anões" entre outros. Quando surgiu o vinil, lançaram várias coleções, entre elas, a coleção "Fábulas de Esopo", com discos coloridos, e contos encantadores como "A Cigarra e a Formiga", "O Patinho Feio", "João e Maria", "A Estória da Dona Baratinha". A criançada na época(como eu) adorava a narração, que era empolgante, com muitos dubladores fantásticos, que eram atores em geral. Eu ainda tenho algumas coisas, da coleção Disquinho, mas eles foram lançados em CD há algum tempo. Os que ficaram perdidos foram os da Editora Bloch, lançados numa edição especial da revista "Pais e Filhos", com clássicos como "Cinderela", "A Bela Adormecida", "O Gato de Botas", onde cantores famosos cantavam as trilhas, como em "Cinderela"(Jair Rodrigues era um dos cantores). Com tantas mudanças, acabei me desfazendo de muita coisas, porque os discos estavam riscados, danificados, e eles possuíam encartes com desenhos, e eram grandes. O que restou, foi o conto mais bonito que ouvi(e que me emocionou muito): "O Gigante Egoísta", um dos contos do livro de Oscar Wilde "The Happy Prince and the Other Tales"(O Príncipe Feliz e Outros Contos). Deu um trabalho imenso passar do vinil para o PC(com um toca-discos próprio que tem saída USB, da Íon). Estou enrolando há um tempão, porque requer tempo e paciência. O disco apresenta riscos(ele é de 1969), e por mais que eu limpasse e tentasse diminuir ruídos e riscos, o resultado coloquei no YouTube, com uma sequência de desenhos do próprio livro e algumas imagens que pesquisei no Google. Um conto emocionante, com desfecho surpreendente. Um gigante que morava em um castelo, que tinha jardins magníficos, e onde crianças da redondeza gostavam de brincar. Mas, ele não queria que elas frequentassem mais o seu jardim, e acabou construindo um muro bem alto, para que elas não pudessem ultrapassar. Mas, mesmo com as estações mudando, nos jardins do gigante o inverno sempre continuava. Até que as crianças conseguiram pular o muro e trouxeram a primavera de volta. E havia um garotinho misterioso, que ninguém conhecia. Vale à pena ouvir, tem chiado e riscos(não consegui tirar), e o final é muito bonito. Acho que é a primeira estória que aborda a morte(não há o típico "e viveram felizes para sempre"). Lembro que chorava muito. Porque aquela criança era muito, muito especial.

Pouco tempo depois, foi a vez da editora Abril lançar a coleção de "Estorinhas Disney". Tinha a coleção completa, e lamento muito ter perdido com o tempo. Consegui "Robin Hood", herói lendário que roubava dos ricos para dar aos pobres, e era simpatizante do rei Ricardo Coração de Leão. Gostava das músicas do disquinho(eu achava uma estória mais para garotos).

Por fim, uma de minhas estórias favoritas: "Mary Poppins", a babá fantástica e mágica que transformou a vida de duas crianças. Quem escreveu a "original" Mary Poppins, foi a autora australiana P.L.Travers. Embora no livro "Mary Poppins" fosse igualmente mágica, ela era muito mais fria e reservada, e a Disney tentou comprar os direitos por muito tempo, até que com a autora cedeu, mas não gostou muito da versão que insinuava uma espécie de "namoro" entre os personagens de Mary Poppins e Bert. Mas, ter alguém trazida pelo vento num guarda-chuva, fazer desenhos na calçada e pular dentro deles e viver aventuras, é uma coisa fantástica de imaginar. No cinema, temos a clássica versão com Julie Andrews. Mas, em disquinho de vinil, restou um tesouro para a imaginação das crianças que viveram naquela época.

Espero que traga boas recordações a muita gente que viveu numa época que não existia tablet, internet, etc. Uma vitrolinha e um disquinho já faziam a alegria.

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