domingo, 3 de janeiro de 2010

Superpopulação não é pop.


Só para frisar: não sou especialista em coisa alguma. Apenas leio e acompanho fatos. E tiro minhas conclusões. Cada um é livre para pensar o que quiser. Inclusive eu.

Muito se discutiu na COP-15(Copenhague, Dinamarca-2009) sobre problemas climáticos. Na foto acima, só pra ilustrar: um massacre a baleias e golfinhos, feito por pessoas adivinhem de onde: Japão? Não: Dinamarca. Mas nenhum acordo importante foi consagrado. Muito se fala sobre emissão de CO2, energia, reciclagem. Mas o ponto crucial, a origem de todo esse desequílibrio climático foi esquecido. Vou tocar aqui num assunto delicado, polêmico, feio, e que a gente prefere fingir que não está vendo: a miséria humana, decorrente do crescimento populacional desordenado. Você vai pensar: o que essa lunática, que deve ser alienada por só escrever sobre cinema, música e amenidades vai tocar justo num assunto tão complexo?














Pra falar a verdade, relutei muito em postar esse tema aqui. Estive pesquisando sobre várias questões, como fome, violência urbana e, sinceramente, foi tão indigesto que tive que parar. Não consegui continuar escrevendo, porque ver certas imagens é tão brutal, que a gente quer fingir que aquilo é ficção. Mas não é.
Bem, vamos lá.




Dizem que no Início, Deus ordenou: "...crescei e multiplicai-vos". Não vou entrar no mérito religioso, mas o ser humano, que nunca obedeceu às Leis Divinas (inclusive, de cara, "comeu a maçã"), levou essa regra muito a sério. Numa época em que, no nosso planeta, a população era reduzida, e havia espaço demais, fazia sentido. Só que esqueceram de avisar que isso teria que ser controlado, porque, ao contrário do que pregam, "NOSSO PLANETA NÃO POSSUI RECURSOS ILIMITADOS".
E o chamado "ser humano", se achando acima do bem e do mal, continuou se multiplicando em uma crescente curva desenfreada. Algumas pessoas advertiram sobre o assunto, mas ninguém levou muito a sério. Afinal, o tema sempre foi tabu. Segundo as religiões, o homem foi considerado o centro do universo, para quem o Criador deu um imenso "playground" para que ele usasse como bem entendesse. Sempre acreditei que essa comunicação entre Criador-ser humano foi meio deturpada pelas religiões(conforme suas necessidades).

Em 1798(aproximadamente), um pastor chamado Thomas Malthus alertou para o seguinte fato: enquanto a população crescia em progressão geométrica, a produção de alimentos crescia em escala aritmética. Traduzindo, num futuro próximo, a população ia passar fome. LEMBRANDO: ÁGUA POTÁVEL, RECURSO ALTAMENTE LIMITADO.
Não vai ter para todo mundo daqui a algum tempo.

Acho que nem de longe ele imaginou que, no ano de 2010, seríamos bilhões de pessoas sobre a face de um planeta, onde além do fator alimentação, haveria vários outros tipos de desequilíbrios, como concentração de renda, corrupção em larga escala. E o que foi um alerta, se tornou uma realidade muito mais bizarra do que qualquer cientista ou profeta poderia prever.

Hoje, temos uma espécie de "equação da crueldade", que seria a combinação de aumento desenfreado da população, mais falta de planejamento urbano, mais corrupção, mais incompetência, gerando uma situação desumana de miséria. A culpa é de quem? De todo mundo. Não é só dos governos(embora eles tenham uma parcela enorme de responsabilidade nesse quadro), mas de toda a população. Os governos bem que tentam(os bem-intencionados). Não se esqueçam que nunca houve tantos projetos em área social no nosso país, como bolsa família, renda mínima, etc. Só que, além da corrupção que vem de cima, também tem o pessoal que é pobre e também lesa os menos favorecidos. O que se arrecada em instituições de caridade neste país não é brincadeira.

Existe muita gente boa que quer ajudar, mas pode ter certeza que o resultado desse esforço não chega a quem precisa. No alto, você tem o escalão da corrupção, que desvia grande parte do dinheiro destinado a fundos sociais. E você tem também um monte de picareta mais pobre(não são todos os pobres que são bonzinhos) que tiram daqueles que realmente precisam. Lembram quando houve uma enchente em Santa Catarina e o pessoal responsável pela arrecadação de donativos estava separando o que "era melhor" para eles? Gente safada mesmo, que vendo pessoas morrendo, com fome e sem recursos, ainda tiram vantagem de seus semelhantes.

Na África, a miséria impera, porque existem guerrilhas que não deixam a população ter acesso a alimentos(Somália, por exemplo). Se os seus irmãos de causa não têm pena de você, quem terá? Os países ricos, ingenuamente acreditavam que “praga de pobre não pega”. Continuaremos superiores, lindos e brancos e nada nos afetará, porque Deus está conosco. E em Hollywood, nos filmes, americano sempre se dá bem no final. Com a União Européia, o povo do velho continente também se acha dono da verdade. País pobre, subdesenvolvido, quanto mais gente nasce, mais mão-de-obra barata, mais precisam de crédito dos chamados países “benfeitores”, que não fazem nada de graça, com certeza. Seu país tem petróleo? Interessante. Eles vão oferecer ajuda. E ai de você, chefe de Estado se não aceitar. Você virou um potencial inimigo e eles vão fazer você se tornar o vilão da história(alguns são mesmo: não há o que discutir). De repente, você pode estar escondendo algum tipo de arma química(bombinha de São João, por exemplo). E isso é um risco enorme para o planeta. Aí, eles mandam um monte de jovens, na flor da idade, que vão fatalmente morrer defendendo a pátria, para tentar destruir o inimigo. Morre um monte de gente inocente e, além de sofrer com guerras, o país ainda sofre embargos econômicos, aumentando a miséria da população. De vez em quando, aparecem comitivas da ONU, artistas, príncipes, etc., tirando fotos segurando os pobres mortais que estão morrendo de fome. Aí viram capa de revista, ganham prêmios de benemerência. Viram manchete nos vários tipos de mídia, logo ao lado de matérias sobre novo modelito Prada que a filha do ator tal está usando, como acabar com a celulite, etc.. É um mundo completamente “freak”. Totalmente maluco. E no meio de todos os excessos, esqueceram de uma coisa fundamental, chamado “equilíbrio ecológico”. E vamos lá: mais gente, maior produção de comida, roupas, mais casas, carros, ônibus, aviões. Medicina avança, natalidade aumenta, mortalidade infantil decresce. E o planeta explode.

Desmatamento desenfreado, zilhões de toneladas de lixo produzidos diariamente. E isso vai pra onde mesmo? Para os aterros sanitários, que contaminam os lençóis freáticos, para as ruas, para as bocas-de-lobo que entopem e enchem as ruas de água, para os rios onde bóiam garrafas plásticas, móveis, pneus, cadáveres, e seguem seu curso para o mar. E tem as guerras, também. E tome produtos químicos, testes nucleares, explosões à toda hora. A Natureza é uma mãe. Mas acredito que ela cansou de ser explorada. E a gente colhe o que planta. Agora, o que era problema dos países pobres, está afetando também os ricos. O clima enlouqueceu, e está afetando todo o mundo.
Os Quatro Elementos da Natureza.
Paradoxos. Na Natureza, econtramos os quatro elementos fundamentais a formação sobrevivência humana: terra, fogo, ar e água. Quando mal utilizados, eles também se tornam a grande fonte de destruição. Queimadas, desmatamento, podem alterar o clima. Acredito que os únicos eventos que não estão ligados diretamente à influência humana são os terremotos e as erupções vulcânicas. Desde a formação do planeta, terremotos sacudiram a terra. E as erupções vulcâncias, idem. Eles são fundamentais na formação do planeta.

Exemplo: Falha de San Andreas, na Costa Oeste dos Estados Unidos. Há muito tempo, estão esperando o "Big One", ou seja, um terremoto tão devastador que vai partir a Califórnia em dois. Se isso vai acontecer, não sei.

Na Itália, região do Vesúvio, que parece estar calmo(mas ativo), falam em milhões de mortos, porque em Nápoles não há um planejamento para fuga, caso o vulcão entre em erupção(aliás, não vai ter pra onde fugir mesmo). A última erupção ocorreu em 1944. Dizem que há uma espécie de "tampa" na saída do Vesúvio. E, se houver uma forte erupção a ponto de expelir essa obstrução, pouca gente vai restar para contar o que viu.
Terremotos sempre existiram e vão continuar a fazer muitas vítimas. São silenciosos, e por mais equipamentos que se tenha para detectar abalos sísmicos e erupções vulcânicas, o homem não conseguiu controlar a força desses eventos. Aliás, o ser humano não consegue controlar a força de nenhum evento natural.

Ele consegue causar, mas não consegue controlar a força da reação. E fico admirada que com tantas guerras, testes atômicos, ainda não tenha havido alguma alteração extrema do quadro de terremotos. Vários tremores imperceptíveis acontecem diariamente. Eles fazem parte da transformação do próprio planeta.

Mas a ação humana é evidente em outros tipos de desequilíbrios, como enchentes(desmatamentos, queimadas, desvio de cursos de rios, ocupações desordenadas do solo, intervenção constante(construções não-planejadas adequadamente), lixo, poluição. Dizer que dá para planejar tudo é impossível.





Existem países inteiros localizados em regiões extremamente instáveis, como os países localizados na região do Círculo de Fogo do Pacífico(ou Cinturão de Fogo, como queiram).

As populações estão lá há milhares de anos. Não há como deslocar todo esse pessoal para outras áreas. Eles se adaptaram a esses fenômenos(não existe país mais preparado para terremotos do que o Japão), mas a força desses eventos é imprevisível e incontrolável. E o Brasil, não é como reza a lenda. Aqui, existe o folclore de sermos uma nação onde não existem terremotos, vulcões, etc.

E as enchentes e os deslizamentos são o quê? O sul do país está mudando. Nunca tínhamos passado por tornados. E agora, esse quadro foi alterado. Aí sim, o ser humano teve influência ativa para esse desequilíbrio. Não foi da noite para o dia. Foram centenas de anos de alterações que geraram essa situação grave, nos dias atuais, porque a população aumentou assustadoramente. E o número de mortes, óbvio, vai ser muito maior.

Mas, e o ser humano, é só estatística?
Claro que não. Não existem fórmulas. Na China, há um tempo atrás, ter filha mulher é como ter uma praga. Sabe lá como essas meninas foram dizimadas(porque elas devem ter nascido de alguma forma). O tempo passou. Agora, em zonas rurais, surgiu um problema: os homens não encontram mulheres para se casar. Na Itália, a natalidade caiu a ponto de ser negativa. Com o avanço da medicina, a população está vivendo muito mais tempo que o previsto. E a tendência é que a previdência social de países europeus entre em colapso.
Ser visto como apenas um dado estatístico incomoda. Como indivíduos, queremos ter direitos, sermos respeitados, formarmos uma família, morarmos num bairro de classe, termos o carro da marca xyz. Queremos que nossos entes queridos nunca morram. Queremos ser jovens para sempre. Mas em termos populacionais e quantitativos, essas regras não valem.

Quando existe um grande desastre natural como o grande maremoto de 2004(no meu tempo chamava maremoto. Agora é tsunami) e quase 200.000 mil pessoas perderam suas vidas(há controvérsias sobre a quantidade exata), se fala em número de vítimas. Não se a dona Maria, que era mãe do João, morreu nesse maremoto, e tinha uma história de vida. Mas somos seres humanos
Existe solução?
Quem sou eu para dar uma resposta como essa, mas acho a bomba-relógio já foi ativada há muito tempo. Mas, ainda há esperança. Planejar melhor, saber dividir e saber que o problema que hoje afeta o seu vizinho, vai afetar você também um dia. Ação, união e planejamento. Como? Não faço idéia. Mas comece a cuidar melhor da sua família, da sua vizinhança, da sua cidade. Não espere que tudo venha às suas mãos, porque não virá. Nada é fácil na vida. Tudo tem um preço. Desconfie de lucros imediatos. Exemplo mais recente: Angra dos Reis. Construções em encosta de morro. Garanto que quem construiu não era ingênuo. Quem comprou, idem. Quem planejou, um irresponsável, quem fiscalizou a obra e liberou, um criminoso.






Não adianta construir imóveis em áreas de risco. Todo mundo está farto de saber que encosta de morro corre risco de deslizamento. "Ah! Mas eu moro aqui há 20 anos e nunca aconteceu nada". Uma hora vai. Construção irregular ao redor de rios e em baixadas, vai sofrer com enchentes. O litoral do Brasil, do norte ao sul do país, sofre com desmatamentos constantes e especulação imobiliária. Aqui em São Paulo, a região do aeroporto de Congonhas era área restrita.

Vai ver o que tem de prédios ao redor do aeroporto atualmente. O pessoal reclama do barulho e do risco. Por que você aceitou morar nessa região? O aeroporto brotou do nada? Não foi você que invadiu? Então não reclame. Cumbica, que foi construída onde o vento faz a curva, exatamente para evitar esse tipo de problema, já tem um monte de construções clandestinas, favelas ou não ao seu redor. Ainda não aconteceu um acidente grave na rota dos aviões. No dia em que um cair bem em cima, a culpa vai ser de quem?

Pense bem: de que adianta você perder quase todo ano o que levou anos pra construir por causa das chuvas? A economia que você está fazendo achando que está pagando pouco, está tendo um custo alto do mesmo jeito. Pior: colocando sua vida e de outros de sua família em risco.

Vale à pena? Pra você que é rico, e destrói tudo ao seu redor para erguer sua mansão com vista exclusiva para o mar, pagando propina para fiscal porque acha que pode(afinal, você tem dinheiro).

Que diferença faz derrubar alguns milhares de hectares de mata para ter sua humilde casa de 20 quartos, com heliporto, quadra de tênis, etc.? Afinal, ficou muito mais chique a região. Valorizou!).
É, cara-pálida. Você não sabe de nada...
Depois, vem aquela famosa pergunta:
“Por que isso está acontecendo comigo?”
Olhe ao seu redor. Puxe pela memória. Lembre dos entulhos e lixos “inofensivos” que você jogou na rua("Ah! Era pouquinho!"). Então, imagine milhões de pessoas com comportamento igual ou pior que o seu.
Achou sua resposta?