Eu sempre tive curiosidade em saber como era um filme em 3D. Eles foram lançados nos Estados Unidos na década de 50 e nunca tive oportunidade de assistir. Foi uma grande novidade na época, já que estavam fazendo de tudo para salvar o cinema, em uma época de censura acirrada e de caça às bruxas(filmes que fugiam aos padrões da "moral e bons costumes"). Mas, o formato não emplacou.
Parece que as produções não eram muito boas, como filmes mais voltados para os efeitos do que para o conteúdo. Bom, o aspecto técnico(como as lentes funcionam, os aspecto de como as imagens são transformadas são mais pesquisa para o Google). Pra mim, o que interessa é o produto final. Depois de muito tempo, filmes importados começaram a ser vendidos no Brasil, via catálogo. O dólar estava em um período de paridade "artificial", e dava pra comprar coisas que a gente nunca sonhou em ter aqui no nosso país. Eu sempre tive uma queda acentuada pelo estilo "trash" e achei alguns filmes em 3D. Mas, não posso dizer que funcionou bem. O primeiro filme que adquiri foi em VHS.
Veio com os famigerados óculos de papelão, com uma lente azul e outra vermelha. Ou o filme era muito ruim, mas não deu pra perceber quase nada dos efeitos e o filme era uma bomba. É pra rir mesmo. A nave espacial parecia saída de uma sala de alguma assistência técnica de TV's antigas da rua Santa Ifigênia em São Paulo. Eram válvulas, transformadores e uma parafernália de peças. Eles chegam à lua onde vivem a colônia de Mulheres-Gato(com aranhas gigantes, e tudo mais). Mas, o filme é tão ruim que chega a ser engraçado. Como "O Ataque dos Tomates Assassinos" e os filmes de Ed Wood, que acabaram virando clássicos do cinema trash. Não satisfeita com uma bomba só, acabei adquirindo outro filme(dessa vez em DVD - tive a impressão que a qualidade seria melhor - e foi um pouco melhor mesmo). Um filme chamado "The Bubble"(não o clássico com Steve McQueen). Uma estória bizarra de um casal que viaja para uma cidade estranha. A esposa está grávida e eles fazem um pouso de emergência na cidade, que é estranha. As pessoas não falam, os movimentos são repetitivos e eles não conseguem sair da cidade porque existe uma espécie de bolha cercando o lugar, como um campo de força que ninguém consegue transpor. Assistir esses filmes com óculos de papelão dá mais dor de cabeça que qualquer outra coisa.
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