sexta-feira, 26 de julho de 2013

O Mundo Encantado dos Parques de Diversões

Uma das coisas que eu sempre gostei na vida foi de parque de diversões. Não dos parques sofisticados, cheio de brinquedos mirabolantes. Gosto daqueles parques furrecas, de subúrbio, de periferia. A primeira vez que me senti livre(e corajosa), foi num Chapéu Mexicano, que meu padrinho, meio doido, me colocou. Eu não tinha nem 6 anos(nem sei como deixaram - mas antigamente, podia tudo). Minha avó e minha mãe quase tiveram um treco quando me viram rodando em um balanço, toda feliz. Quase mataram meu padrinho, coitado. Mas, eu fiquei feliz. Nem fazia idéia do risco que estava correndo.

Como passei boa parte da infância e adolescência em Brasília, a gente só podia contar com um parque de diversões na cidade: o Nicolândia(ele tinha apelidos piores, mas hoje não seria politicamente correto publicar). Era um parque muito simples, não tinha quase nada.  As únicas fotos que tenho, são essas em péssimo estado, porque foram tiradas em 1985, e deixei o filme na máquina durante muito tempo. Quando mandei revelar, o resultado foi desastroso. Não tinha quase nada e só com um scanner próprio(e depois de mais de 25 anos) pude captar a imagem, que ficou com a qualidade muito ruim.

A tradicional roda gigante(praticamente segurança nenhuma - só uma barra de proteção na frente), sempre tinha um engraçadinho que resolvia ficar balançando quando a gente estava lá em cima. Isso quando não dava problema mecânico ou faltava energia elétrica. Engraçado: eu não tinha medo. As crianças sempre acham que nada as atinge. Parece que os anjos da guarda estão sempre de plantão. E nem sempre isso é verdade. O parque contava com um tipo de pista com um autorama fajuto(o carrinho tinha um trilho, e a gente ficava crente que estava dirigindo). Carrossel, barracas de tiro ao alvo, pescaria de brindes, barraquinhas de maçã do amor, algodão-doce, pipoca e outras guloseimas típicas(nunca foi bom exagerar antes de ir para os brinquedos, por motivos óbvios). Não tínhamos montanha-russa.
Mas, o ponto alto era o trem-fantasma. Terrívelmente péssimo. Na foto, sou eu do lado da bilheteria e não dá pra ver muita coisa. A entrada era grotesca. Adaptaram um manequim de loja e vestiram de maquinista. O braço dele ganhou um mecanismo que tocava um sino indicando que a viagem ia começar. A gente se borrava de medo era do estado do brinquedo, porque parecia que estava tudo solto e ia bater nas paredes. Os bonecos, como vampiros, nem se mexiam mais(tinha um que só abria um lado da capa). Os caixões com caveiras não abriam e a gente morria de rir, porque ele parecia que ia bater e virava de repente. Mas, era hilário. De vez em quando, aparecia um parque mais "sofisticado" em Brasília, com novos brinquedos e tinha montanha-russa em dois tamanhos: a grande e uma média. Nunca arrisquei ir na grande(só a média já foi o suficiente pra levar cada susto danado nas descidas). Bons tempos, em que a gente não estava preocupado com luxo(e nem tinha idéia de segurança). Épocas mais simples, sem tantos brinquedos violentos e exagerados. Pra se divertir, não precisa muito. Basta muita imaginação, alegria e bons amigos. E um belo cachorro-quente pra terminar o passeio mágico.

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